sábado, 6 de novembro de 2010

Hão de nos respeitar.

Ondas de preconceito à região nordeste têm impregnado as mídias sociais atualmente.
Muito me impressiona que os "brasileiros" não tenham memória, pois, se bem me recordo, foi à custa do Nordeste que este país foi criado e deu seus primeiros e mais importantes passos.

Muito bem, deixemos a história de lado e tratemos de conteúdo mais contemporâneo.

O Norte e Nordeste, o segundo mais veementemente, têm sido vítimas de diversas ofensas por conta do resultado das eleições. Nossos “compatriotas” do sul e sudeste têm acusado o povo nordestino de definir o resultado das eleições presidenciais com votos desprovidos de senso crítico, movidos unicamente pelos programas assistencialistas do Governo Lula que prometem ser mantidos com Dilma. Acho graça disso. Talvez os sulistas não saibam que Dilma ganharia ainda que todo o Nordeste deixasse de votar. Este fato se comprova nos dados da eleição, podem conferir.

Entretanto o que mais me incomoda é uma verdade fulminante que me corrói as entranhas e me revolta. Grande parte de nosso povo, compelido pela miséria e pobreza educacional, se sustenta através de programas governamentais, não como um estímulo para avançar em busca de melhores oportunidades, mas como um meio de vida. Não raros são os casos de famílias que têm tido cada vez mais filhos para que não se percam os requisitos necessários à bolsa assistencialista.

Posso culpar nossa pobre gente por isso? Claro que não!
O que a estes falta, é uma educação digna e verdadeira com reais oportunidades de melhores condições de vida para aqueles que dela fazem uso. Pois que a maioria dos jovens de baixa renda, quando não é subtraída do mundo pelas drogas, precisa abdicar do conhecimento para por comida na mesa de suas casas. Comida pouca, feijão aguado.

Enquanto cidades crescem em ritmo acelerado, como Feira de Santana, no interior baiano, a massa deseducada e carente cresce em mais vertiginosa proporção, problematizando ainda mais uma possível solução para a exclusão social.

O que fazer para mudar o quadro em que nossa região se encontra? Não sei ao certo, mas acredito que certamente a educação é um dos pilares fundamentais para a evolução de qualquer sociedade e tenho fé de que ao tempo certo, os maiores problemas serão paulatinamente solucionados.

Enquanto isso, meus queridos sulistas, acomodem-se. Pois que também somos nós Brasil, com características e culturas diferentes, mas Brasil, e como Brasil, temos voz, força e vontade.
Hão de nos respeitar por nossa história, por sua história e, se estiverem a sofrer de amnésia, hão de nos respeitar como cidadãos com plenos direitos que, quer queiram quer não, continuaremos a ter.

Nos vemos em 4 anos.

Márcio Marques