segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pra que serve então a Cultura?

“Uma jovem da Bulgária ofereceu um jantar para os estudantes americanos, colegas de seu marido, e entre eles foi convidado um jovem asiático. Após os convidados terem terminados seus pratos, a anfitriã perguntou quem gostaria de repetir, pois uma anfitriã búlgara que deixasse os seus convidados se retirarem famintos estaria desgraçada. O estudante asiático aceitou um segundo prato, e um terceiro – enquanto a anfitriã preparava ansiosamente mais comida na cozinha. Finalmente, no meio do seu quarto prato o estudante caiu no solo, convencido de que agiu melhor do que insultar a anfitriã pela recusa da comida que lhe era oferecida, conforme o costume do seu país.” (LARAIA. Cultura: um conceito antropológico, p. 74)
Apesar de ser uma história um tanto engraçada, nos faz refletir sobre os diversos momentos conflituosos que a humanidade têm passado, devido aos diferentes elementos culturais. Será possível, de maneira objetiva, aceitar o "outro" como ele é, mesmo tendo características que achamos absurdas, ou sem moral/ética? Será que não existe alguns paradoxos nas explicações antropológicas, quando afirmam que a cultura é algo que está sempre em modificação, mas por outro lado lutam pela preservação de rituais antigos indígenas, ou sertanejas, ou religiosas?...
A Cultura nos garante a socialização, mas qual delas? Se dentro de uma mesma cidade existem diferenças? Será a cultura dominante?...
Leandro Menezes

terça-feira, 21 de julho de 2009

Que se passa, camarada?





Grande é a tristeza que sinto nesses tempos.
Após décadas de luta. Após intermináveis estudos... Nossos estudantes...
Outrora ditos pensadores de uma nova sociedade...
Agora, em sua maioria, nada mais são que repetidores de idéias alheias. Meros soldados a postos. Prontos para defender seus ideais de supermercado sem sequer refletir sobre as ofensas que proferem aos quatro ventos.

Creio que um dos motivos é que, as causas de hoje já não são tão urgentes... Será?
Talvez o mundo esteja melhor que antigamente... Mas até que ponto?

Será que nossos estudantes só dialogam e refletem sobre sua realidade quando estão oprimidos por armas e cacetetes?

Espero que não... Pois capitalismo e socialismo,antigos titãs em constante confronto, hoje nada mais são que meras ideologias vendidas por poderosos para que possam ter uma massa a qual manipular...


Espero, meus irmãos, camaradas, companheiros, amigos, aliados...
Espero que não precisemos de mais uma ditadura para que possamos nos sentar, todos juntos, e discutir de maneira civilizada novos rumos para nossa sociedade e que estes já não estejam mais impregnados de velhos fantasmas... de velhas ideologias...

Sejamos livres...

Livres para criar o novo.
Márcio Marques

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Professores Municipais em paralisação quarta, quinta e sexta-feira.

Ao ver uma notícia no jornal de greve ou paralisação de professores, você já pensou: "- Que povo desocupado, faz greve por tudo", ou "- Eles não pensam nos alunos, só no bolso deles", ou ainda "- Tanta gente desempregada, o que eles querem?". Já? Seja sincero! Pois é, não se sinta a pior pessoa do mundo, por que essa é a visão passada nos jornais.
Bem, eu sou professor do município e peço licença para dar a minha versão dos fatos.
A cidade de Feira de Santana possui em média quase 600.000 habitantes, portanto podemos imaginar o número de pessoas em idade escolar (regular). O número de professores deve acompanhar esta progressão. O problema está nos editais de concurso, onde, por uma decisão baseada não sabemos em quê, nossa cidade é uma das únicas que não faz separação de áreas, para inscrição dos professores. Quem tem magistério, quem é formado em história, física, biologia, português, e nas outras graduações, transformam-se em um único 'bolo'. A função do edital é a mesma para todos 'PROFESSOR - NÍVEL I', ou seja quem passar no processo de seleção será oficialmente professor do 1º ao 5º ano do ensino fundamental (antiga alfabetização + da 1ª à 4ª série), durante os três anos do estágio probatório. Digo, oficialmente, porque quem tiver SORTE encontrará uma vaga da sua disciplina e assumirá a função, quem não tiver será obrigatóriamente convidado a assumir uma sala do fundamental I. E mais, TODOS (inclusive quem, no bolo, tiver mestrado, e aqueles que conseguiram assumir aulas da sua disciplina) receberão o salário de quem só tem magistério. Hoje recebemos líquido de R$ 469,62 (alguém lembra quanto é o salário mínimo?).
Tudo isso já seria suficiente para paralisações, mas a estrutura física escolar é degradante. Muros baixos, salas escuras, sem recursos, problemas hidraúlicos, e elétricos, poucas salas, escola sem pintura... Será que os governantes são donos de escolas particulares? Não consigo ver outra explicação para tanto sucateamento.
Dentre outros tantos problemas relato, ainda, a falta de segurança. Como se não bastasse a falta de recursos, aquilo que se tem é facilmente furtado, pois as escolas municipais não dispõem de condições mínimas de segurança.
Após eu ter desabafado, fiquem à vontade para mudar o discurso, ou quem sabe até mantê-lo, mas tendo consciência dos porquês de uma paralisação.
Obs: Pra piorar temos um sindicato que não nos contempla (é o mesmo grupo em 20 anos). É pra rir, né?
Leandro Menezes

terça-feira, 7 de julho de 2009

O gordo e os gays

"Não sei se o apresentador Fausto Silva, o “Faustão”, foi sempre obeso. Não me preocupei em fazer pesquisa no Google nem na Wikipedia sobre ele (nem sei o que encontraria além da biografia oficial). Se Faustão foi uma criança obesa, provavelmente deve ter sentido o peso do preconceito que essas crianças ainda hoje sofrem. Mesmo quando a obesidade infantil não era tratada como doença e distúrbio, o "gordinho da escola" já era enxovalhado pelos colegas, tratado como "engraçadinho" e "fofinho" pelas meninas (mas com poucas chances de arrumar uma namorada) e estava na fila dos últimos a serem escolhidos para os times de Educação Física.

Entre os últimos, mas nunca sozinho: ao seu lado, lá estava o garoto franzino de óculos – o "CDF", a quem só restava ser ótimo aluno para ter qualquer tipo de visibilidade (o que acabava reforçando o estereótipo e isolando-o ainda mais). E, se nenhum dos dois fosse gay em fase de descoberta, provavelmente haveria um nesse grupo também. A sociedade é cruel com seus "diferentes" e as crianças e adolescentes aprendem rapidamente a reproduzir o preconceito e a discriminação. Talvez essa tenha sempre sido uma das lições mais fáceis de se aprender na escola: repetida arduamente todos os dias, por colegas, professores, inspetores, secretárias e agentes de serviços gerais, acaba se incrustando na mente e no comportamento das crianças, à guisa de "normalidade". Esse, aliás, é o grande problema dos estereótipos: suas vítimas são coagidas pela sociedade de tal forma que acabam vendo-se obrigadas a reforçá-los ainda mais, repetindo um ciclo.

Não sei se ele foi discriminado na infância, ou se teve a sorte dúbia de ter sido um "gordo feliz" – como são chamados aqueles que se fazem de engraçados e simpáticos, que são a "alegria da festa" e, por isso, são mais facilmente tolerados, mas nem por isso são mais felizes de verdade. Esse, afinal, tem sido o papel social do homem obeso – ser simpático e engraçado, preferencialmente fazendo graça com a própria obesidade (e, por sinal, também é um dos principais papéis sociais do gay, na busca da aceitação..."

Este texto foi retirado do blog "O Cabideiro", quem quiser ler o texto completo é só acessar http://ocabideiro.blogspot.com/2009/07/o-gordo-e-os-gays.html